Reabilitação de Manguito Rotador – Revisão Literária
Adrianny da Silva Queiroz1 adriannyqueiroz@gmail.com Filipe da Silva Batista de Oliveira2
Pós-graduação em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em terapias manuais – Faculdade Cambury
Resumo
O presente artigo tem por objetivo observar os aspectos fisiológicos e biomecânicos da lesão do manguito rotador, também conhecida como síndrome do impacto, para assim poder abordarmos a melhor forma de reabilitação dessa lesão, que é comum em atletas e trabalhadores que fazem movimento rotacionais acima da cabeça.
Observou-se uma grande variedade de causas da lesão, sendo assim de grande importância uma anamnese detalhada para um melhor diagnostico da causa da lesão bem como para uma melhor prescrição do tratamento a ser proposto ao paciente.
Foi realizada uma revisão bibliográfica nas bases de dados SCIELO, LILACS, BIREME, PUBMED e GOOGLE ACADEMICO utilizando como termos de procura as palavras Fisioterapia, Manguito Rotador e Reabilitação, bem como pesquisas em livros.
Palavras-chave: Reabilitação; Manguito Rotador; Síndrome do Impacto.
1. Introdução
O objetivo deste artigo é esclarecer ao leitor as formas de lesões do manguito rotador, assim
como as formas de tratamento, para tanto é necessário abordar os aspectos anatômicos do complexo articular do ombro como um todo.
Dutton (2010), fala que a função primária do ombro é posicionar a mão no espaço, permitindo, ao indivíduo interagir com o meio ambiente e executar as funções motoras finas.
Segundo Calais-Germain (1991), o ombro é um conjunto funcional que permite unir o membro superior ao tórax.
As lesões do complexo do ombro são comuns em todas as populações. Os vários pares de força que atuam para garantir o funcionamento apropriado da articulação escapuloumeral exigem movimentos sincronizados de vários músculos. Qualquer disfunção destas estruturas pode levar à função inapropriada do ombro e, portanto, a situações patológicas. A maior mobilidade observada nesta articulação a torna mais susceptível também a lesões. A lesão dos músculos das articulações do complexo do ombro frequentemente é acompanhada por dor e comprometimento funcional (KONIN, 2006).
Hall (2009) descreve a lesão de manguito rotador como sendo comum entre trabalhadores e atletas que têm de realizar movimentos forçados acima da cabeça, envolvendo tipicamente abdução ou flexão e rotação medial.
A causa da compressão é multifatorial, envolvendo comprometimentos estruturais e mecânicos
(KISNER E COLBY, 2005).
Segundo James et al (2000), a maioria das lesões de ombro pode ser classificada como microtraumática ou resultante de um mecanismo de uso execessivo (overuse).
A prevalência de dor no ombro é elevada, atingindo 16% da população, em geral; 21% da geriátrica, e 43%, dos utentes com patologia reumática (SANTOS ET al, 2011)
1 Pós-graduanda em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em terapias manuais – Faculdade Ávila
2 Orientador – Fisioterapeuta – Pós-graduado em Ortopedia e Traumatologia com ênfase em terapias manuais –
Faculdade Ávila
2. Aspectos fisiológicos do complexo articular do ombro
2.1 Função
Calais-Germain (1991), descreve que o complexo articular do ombro deve assegurar uma dupla
função:
- uma mobilização com grande amplitude do braço, à qual se acrescentam as do cotovelo e do punho, permitindo movimentar a mão por um espaço muito grande;
- uma boa estabilidade no caso em que o membro superior necessitará de força (agarrar com força, manejar objetos pesados, apoiar-se sobre as mãos, etc.).
James ET AL (2000), fala que a função primária do manguito rotador consiste em proporcionar estabilização dinâmica e orientação para a cabeça do úmero.
2.1 Estruturas do complexo articular do ombro
O ombro é a articulação mais complexa do corpo humano, principalmente pelo fato de
compreender cinco articulações distintas: articulação glenoumeral, articulação esternoclavicular, articulação acromioclavicular, articulação coracoclavicular e articulação escapulotorácica (HALL, 2009).
2.2 Estrutura óssea
Apenas três ossos fazem parte dessa articulação Dutton (2010):
- Úmero
- Clavícula
- Escapula
2.3 Estrutura articular
A região do ombro é formada por três articulações sinoviais – esternoclavicular,
acromioclavicular e glenoumeral - e uma articulação fisiológica, escapulotorácica (JAMES ET AL, 2000).
3. Manguito Rotador
O manguito rotador é formado por quatro músculos que se originam na escápula e se inserem
nos tubérculos do úmero (supra-espinhoso, infra-espinhoso, redondo menor e subescapular). Seus tendões tornam-se confluentes entre si e a cápsula articular quando se aproximam de suas inserções. O Manguito Rotador trabalha como unidade combinada para estabilizar a cabeça do úmero na cavidade glenóide; o adjetivo rotador poderia perfeitamente ser substituído por compressor, provavelmente o componente mais importante entre as suas múltiplas funções (ANDRADE ET al, 2004).
Os músculos do manguito rotador funcionam também comprimindo a articulação glenoumeral e agem reduzindo ou controlando o cisalhamento vertical transmitido na direção da cabeça do úmero (JAMES ET al, 2000).
As lesões crônicas do manguito rotador constituem a causa mais freqüente de sintomas dolorosos localizados no ombro (NICOLETTI E ALBERTONI, 1993)
Silva (2010), fala que em nosso país, os principais esportes que causam esta lesão são o tênis e o voleibol.
3.1 Estágios da Lesão
Neer (1983), citado por Kisner e Colby (2005) identificou lesões compressivas do manguito
rotador e da cabeça longa do bíceps em três estágios progressivos:
Estágio I - edema e hemorragia: ocorre tipicamente em pacientes menores de 25 anos.
Estágio II – fibrose e tendinite (a bolsa também pode ficar fibrotica e espessa): visto tipicamente em pacientes com 25 a 40 anos.
Estágio III – esporões ósseos, lacerações do manguito rotador e ruptura do bíceps: visto tipicamente em pessoas com mais de 40 anos.
Delisa (1992), citada por Soares (2003), descreve que o mecanismo de lesão relacionada a esportes pode ser dividido em três categorias:
- De uso excessivo, o fator comum nas lesões por uso excessivo é a presença de microtraumas repetitivos a uma estrutura anatômica em particular, forças friccionais, forças de tração e forças de sobrecarga cíclica podem causar inflamação secundária de estruturas envolvidas, resultando em dor e incapacidade;
- Mecanismo de lesão relacionada a esportes é o contato direto;
- Insuficiência de partes moles, uma contração muscular violenta única ou um esforço podem lesar uma estrutura sem uso excessivo específico e sem qualquer contato.
Já Andrews e Meister (1993) citados por Andrews ET AL (2000), classificam as lesões do manguito rotador em categorias com base na mecânica patológica:
- Doença compressiva primária do manguito (impacto, colisão, impingement).
- Síndrome do impacto posterior primário
- Sobrecarga elástica primária
- Sobrecarga traumática
- Doença compressiva secundária do manguito, instabilidade primária
- Falência elástica secundária, instabilidade primária
- Falência de espessura total do manguito.
3.2 Etiologia
Para o completo entendimento da patogênese e patologia da doença do Manguito Rotador,
devem ser estudados três fatores: primeiro, um imenso espectro de doenças englobadas pela patologia. São elas: inflamação reversível do tendão, degeneração irreversível do tendão, ruptura parcial do Manguito Rotador, tendinopatias calcificadas reversíveis, rupturas completas do Manguito Rotador e doenças da articulação glenumeral relacionadas com a ruptura maciça do Manguito Rotador. Este espectro de doenças pode entretanto não representar a continuidade de uma mesma doença. Segundo, a apresentação clínica deste espectro de doenças é bastante variável. Terceiro, há um amplo e variável número de agentes etiológicos relacionados com a doença do Manguito Rotador. Estas síndromes são multifatoriais, não havendo um único fator isolado capaz de explicar sozinho as doenças do Manguito Rotador. Acrescente-se a esses fatores a complexidade e divergência das teorias que procuram explicar estas patologias e que de dentro de sua lógica orientam o tratamento.(GUIMARÃES, 1995)
3.3 Mecanismos de Lesão
Dutton (2010), fala que um a série de mecanismo é reconhecida e inclui compressão, sobrecarga
de tensão e macrotrauma:
- Compressão: a compressão do manguito rotador pode ser primária, devido a uma redução na estabilidade articular, ou secundária, causada pela redução na estabilidade articular. Ambos os mecanismos resultam em trauma direto nesse músculo e sua consequente deterioração.
- Sobrecarga de tensão: ocorre quando o manguito rotador tenta resistir a adução horizontal, rotação interna, translação anterior e forças de distração. Essas forças ocorrem normalmente durante atividades como arremesso (a fase de desaceleração) e uso de martelo.
- Macrotrauma: o macrotrauma e a ruptura subsequente do tendão ocorrem quando as forças geradas pelo trauma excedem a força tênsil do tendão.
3.4 Sintomas
Hall (2009) descreve que os sintomas incluem hipermobilidade da cápsula anterior do ombro,
hipomobilidade da capsula posterior, rotação lateral excessiva associada à rotação medial limitada do úmero e frouxidão ligamentar generalizada da articulação glenoumeral. Isso pode resultar em inflamação do tendões e bolsas sinoviais subjacentes ou, em casos de maior gravidade, na ruptura de um dos tendões do manguito rotador. Essa condição é acompanhada de dor e hipersensibilidade nas regiões superior e anterior do ombro e, ocasionalmente, por fraqueza associada do ombro. Os sintomas são agravados por movimentos rotacionais do úmero, em particular aqueles que envolvem posicionamento acima do ombro e rotação medial.
3.4 Diagnostico
Nicoletti e Albertoni (1993) relatam que apesar de aceitos como válidos, os resultados do exame
físico baseado na execução das manobras para detecção do pinçamento subacromial e da lesão do tendão do músculo supra-espinhal não têm recebido a atenção necessária, no sentido de determinar seu valor, em termos de sensibilidade, especificidade e eficácia diagnóstica.
O diagnóstico dessa doença é obtido pela história clínica e exame físico, incluindo suas manobras semiológicas específicas e mediante a infiltração de anestésicos locais no espaço subacromial em casos de dúvida diagnóstica (testes específicos), Volpn ET al (1989) citado por El-Kouba ET al (2010).
3.4 Laceração do Manguito rotador
Ciclo vicioso da degeneração do manguito que ocorre quando o problema não é tratado, sejam
quais forem os fatores etiologicos em sua lesão (JAMES et al, 2000).
3.5 Tratamento
Patogênese potencial do dano do manguito rotador.
Fonte: Reabilitação Física das Lesões Desportivas, 2000.
Não existe um tratamento uniforme para as lesões sintomáticas do manguito rotador. A população acometida é muito variável e heterogênea, com faixas etárias, níveis de atividade, expectativa, intensidade de sintomas e graus de incapacidade muito diferentes, A identificação e a correção da causa ou das causas das lesões é muito importante (ANDRADE ET al, 2004).
3.5.1 Tratamento conservador
Andrade ET al (2004) descreve em seu artigo sobre lesões do manguito rotador que o tratamento
conservador consiste na combinação das modalidades abaixo descritas:
Infiltração de corticosteróides – Atua diminuindo o processo inflamatório e, conseqüentemente, a dor, facilitando assim a reabilitação. Os efeitos nocivos dessas substâncias são bem conhecidos (atrofia e piora da qualidade tissular, que poderiam dificultar um eventual reparo cirúrgico futuro) e, por isso, devem ser usadas com cautela, sendo recomendadas no máximo três infiltrações, com um intervalo mínimo de três meses entre elas.
Anti-inflamatórios não-esteróides e ultra-som – Embora não existam estudos controlados avaliando a eficácia dessas modalidades especificamente no tratamento das lesões do manguito rotador, elas são amplamente utilizadas em todo o mundo. Atuam aumentando o fluxo sanguíneo e diminuindo o processo inflamatório.
Fonoforese – Nesta modalidade o ultra-som é utilizado para a administração de medicamentos esteróides ou não-esteróides por via transdérmica para evitar os seus efeitos colaterais sistêmicos. É também amplamente utilizada, embora a sua eficácia não tenha sido ainda definitivamente provada.
Cinesioterapia – É a parte mais importante do tratamento não-cirúrgico e é dividida em duas fases: na 1a são instituídos os exercícios de alongamento com o objetivo de obter a recuperação completa das amplitudes do movimento; a 2a fase constitui-se de exercícios de reforço para o manguito rotador e os estabilizadores da escápula e, posteriormente, para o deltóide. Embora alguns pacientes possam reabilitar-se com sucesso apenas com exercícios domiciliares, a orientação e o acompanhamento de um fisioterapeuta parece que os beneficiam em sua grande maioria.
3.5.2 Tratamento cirúrgico
Está indicado em casos de dor importante refratária ao tratamento não-cirúrgico prolongado.
As opções de tratamento incluem o desbridamento artroscópico, a artrodese, as artroplastias contidas (reversas ou não), não-contidas e semicontidas, a hemi-artroplastia e a artroplastia de ressecção. A hemi-artroplastia é o procedimento mais popular. Um tipo de artroplastia total semicontida reversa vem sendo usada nos últimos anos, com resultados promissores em pacientes acompanhados entre cinco e sete anos, segundo os estudos de Andrade ET al (2004).
3.5.3 Indicações para cirurgia
Kisner e Colby (2005) descrevem como indicação cirúrgica:
- Lacerações parciais ou completas dos tendões do manguito rotador como resultado de microtraumas repetitivos e compressão crônica, que levam a alterações degenerativas irreversíveis no tecidos moles.
- Ruptura traumática aguda (rupturas completas evidentes) do tendões do manguito rotador
geralmente combinada com avulsão do tubérculo maior, dano labial ou luxação aguda da articulação glenoumeral em indivíduos sem historia conhecida de lesão do manguito rotador.
3.6 Reabilitação
Independentemente da etiologia, o tratamento preferencial para a dor no ombro é a fisioterapia.
Verifica-se que 79% dos médicos encaminham os seus utentes com queixas de dor no ombro para a fisioterapia10. Tem-se o objectivo de reduzir a dor e de melhorar a função, melhorando a biomecânica e padrões de movimento do complexo articular do ombro9. O tratamento pode incluir diversas técnicas e procedimentos, tais como electroterapia, massagem, exercícios, mobilização e manipulação, sendo a mobilização passiva uma das mais frequentemente uti- lizadas (SANTOS ET al, 2011).
Soares (2003) fala em seu estudo que a meta da reabilitação é restaurar um estado ótimo de saúde e função até seu potencial máximo.
Os exercicios de reabilitação que se concentram na musculatura do manguito rotador são essenciais após qualquer lesão do ombro, mas são particulamente importantes para atletas que realizam aremessos. A reabilitação do ombro deve concentrar-se em aumentar a estabilidade dinamica, principalmente a do manguito rotador, por causa da natureza relativamente fraca das contenções estáticas ao redor da articulação glenoumeral (JAMES et al, 2000).
Ao estabelecer um programa de exercícios fisioterapeuticos para comprometimentos da função da região do ombro, como para qualquer outra região do corpo, é preciso considerar as caracteristicas anatômicas e cinesiologicas próprias, assim como o estado da patologia e as limitações funcionais impostas pelos comprometimentos.
3.6.1 Reabilitação não-operatória
3.6.1.1 Fase I: Fase aguda
Objetivos
- Reduzir a dor e inflamação
- Normalizar ou aprimorar o movimento e a flaxibilidade
- Retardar a atrofia muscular
- Aprimorar a estabilidade dinâmica
3.6.1.2 Fase II: Fase intermediária
Objetivos
- Aprimorar força e endurance musculares
- Manter ou aprimorar a flexibilidade
- Promover o treinamento muscular concêntrico e excêntrico
- Manter a estabilização dinâmica
3.6.1.3 Fase III: Fase avançada
Objetivos
- Iniciar treinamento especifico para cada desporto (no caso de atletas)
- Aprimorar potência e velocidade (pliometria)
- Manter o programa de fortalecimento do manguito rotador
- Aprimorar a endurance muscular
3.6.1.1 Fase IV: Reinicio a atividade
Objetivos
- Reiniciar as atividades desportivas
- Manter os aprimoramentos de força, potência, endurance e flexibilidade (JAMES ET AL,
2000).
3.7 Fisioterapia e lesões de ombro
Visando à redução de lesões, a Fisioterapia deve-se utilizar da prática da prevenção como regra
e não como exceção. Técnicas específicas de prevenção de lesões poderão levar os atletas amadores a desenvolver-se melhor nos treinos e competições (SOARES, 2003).
O fisioterapeuta inserido no mercado de trabalho do meio esportivo busca sempre a melhor performance dos atletas. (SCHWARTZMANN ET al, 2005).
Castro (2009), fala em seu artigo sobre dignostico e tratamento da sindrome do impacto do ombro que em estudo recente do Departamento de Ortopedia da Clínica de Cleveland USA,
afirma que a fisioterapia é a terapêutica principal e mais importante para o tratamento da síndrome do impacto do ombro.
Walther ET AL (2004), citado por Castro (2009) concluiu que todos os pacientes apresentaram melhora da dor, tratados apenas com terapia convencional e auto-treinamento.
As lesões de manguito rotador podem ser complicadas de tratar em esportistas, principalmente quando atendemos tenistas profissionais ou amadores que jogam regularmente. Em muitas vezes, o quadro doloroso não corresponde ao que os exames de imagem dizem sobre a lesão anatômica e, vez por outra, deparamo-nos com tenistas com rupturas completas de um tendão (supraespinal, por exemplo) que conseguem jogar normalmente, com praticamente nenhuma dor relatada – este dado é especialmente importante de ser lembrado na população acima de 50 anos de idade, na qual podemos ter um bom resultado no tratamento fisioterápico mesmo quando estamos tratando uma ruptura completa de um único tendão do manguito rotador (SILVA, 2010).
Andrade ET al (2004), fala que não existe um tratamento uniforme para as lesões sintomáticas do manguito rotador. A população acometida é muito variável e heterogênea, com faixas etárias, níveis de atividade, expectativa, intensidade de sintomas e graus de incapacidade muito diferentes, a identificação e a correção da causa ou das causas das lesões é muito importante. Os exercícios terapêuticos para o ombro devem enfatizar força, endurance e estabilidade dinâmica. Uma ampla variedade de aparelhos e técnicas pode ser usada para alcançar objetivos específicos (JAMES ET AL, 2000).
3.8 Fatores que influenciam a progressão da reabilitação após o reparo do manguito rotador.
Kisner e Colby (2005) relatam:
Fatores
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Impacto na Reabilitação
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- Surgimento da lesão
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- Compressão crônica e deficiência não-traumática do
manguito → progressão mais lenta do que após uma lesão
traumática aguda.
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- Tamanho e localização da
laceração
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- Lacerações maiores com mais estruturas envolvidas e
probabilidade de cirurgia mais extensa → progressão mais
lenta.
|
- Patologias associadas, como
instabilidade glenoumeral ou fratura
|
- Patologias associadas geralmente prolongam o período de
imobilização → progressão mais lenta dos exercícios ou
necessidade de precauções adicionais.
|
- Força pré-operatótia e
mobilidade de ombro
|
- Fraqueza e atrofia preexistentes dos estabilizadores
dinâmicos ou mobilidade passiva e ativa limitada do ombro
→ progressão pós-operatória mais lenta.
|
- Saúde geral do paciente
|
- Paciente com saúde precária; história de tabagismo; historia
de doença inflamatória → progressão mais lenta.
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- História de injeção de
esteroides ou cirurgia do manguito que tenha falhado
|
- Comprometimento da qualidade do osso e do tecido
tendinoso, o que afeta a segurança do reparo (fixação) →
progressão mais lenta.
|
- Nível de atividades antes da
lesão e objetivos fisioterapêuticos pós- operatórios
|
- Objetivo fisioterapêutico com alto grau de exigência requer
um treinamento pós-operatório mais extenso e avançado devido ao risco mais elevado de nova lesão.
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- Idade do paciente
|
- Um paciente mais velho que tenha um surgimento insidioso
(crônico) pode ate ter alterações articulares → progressão
mais lenta.
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- Tipo de Abordagem
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- Abordagem aberta tradicional (com desinserção do deltoide
e reparo) → progressão um pouco mais lenta do que após um reparo artroscópico ou assistido artroscopicamente (miniaberto/divisão do deltoide).
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- Tipo de reparo
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- De tendão para tendão → progressão mais lenta do que de
tendão para osso.
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- Mobilidade (sem tensão
excessiva com o braço ao lado do corpo) e integridade do reparo
|
- Quando a mobilidade é inadequada → duração mais longa
do exercício dentro de uma amplitude de movimento protegida durante a reabilitação inicial.
|
- Cooperação do paciente ao
programa
|
- Falta de cooperação (fazer demais ou de menos) pode afetar
o resultado.
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- Filosofia, aptidão e
treinamento do cirurgião
|
- Tudo isso tem um impacto que pode retardar ou acelerar a
progressão.
|
Segundo Veado e Flora (1994), o êxito no tratamento de procedimentos cirúrgicos de ombro deve-se a quatro princípios básicos:
- escolha cuidadosa do paciente, que deve estar bastante motivado e cooperativo;
- esclarecimentos ao paciente, pela equipe interdisciplinar, quanto ao seu prognostico e tempo de reabilitação;
- técnica apurada, entrosamento entre o cirurgião e o fisioterapeuta e um inicio precoce do processo de reabilitação;
- reavaliações constantes e a curtos períodos, pelo cirurgião.
4. Metodologia
Foi realizada uma revisão bibliografica atraves de pesquisa eletronica utilizando a base de dados
Scielo, Lilacs, Pubmed, Google Academico e Bireme, utilizando como termos para busca de artigos as palavras: Fisioterapia, Manguito Rotador, Reabilitação assim como pesquisa em livros.
Os criterios de inclusão foram artigos publicados entre janeiro de 1991 e janeiro de 2014.
5. Resultados e Discussão
Em sua revisão sistemática, Santos ET al (2011) teve como conclusão de que a mobilização
passiva aliada a outras terapias tem grande valia na diminuição da dor, melhoria da força e da função.
Castro (2009), concluiu em seu estudo que a grande maioria dos casos é totalmente resolvida pelo tratamento conservador que inclui os anti-inflamatórios não esteroidais , a fisioterapia e a infiltração intracapsular com anestésico local e corticoide. Poucos casos necessitam do tratamento cirúrgico, só sendo submetidos à cirurgia aqueles não resolvidos pelo tratamento
clínico e aqueles que apresentam ruptura total dos tendões do manguito rotatório.
O ombro está sujeito à rápida instalação de um quadro de rigidez e atrofia muscular no período pós-operatório. É um complexo articular que precisa constantemente equilibrar duas forças aparentemente incompatíveis: mobilidade e estabilidade (VEADO E FLORA, 1994). Sendo assim necessária a intervenção fisioterapeutica o quanto antes, nos casos de cirurgia com complexo articular do ombro.
Boeck ET al (2012) verificou em seu estudo que o grupo de intevenção tratado com um programa de exercícios em Cadeia Cinética Fechada apresentou resultados mais expressivos quanto ao ganho de mobilidade articular, funcionalidade, força e ativação muscular do manguito rotador, em comparação ao programa de exercícios em Cadeia Cinética Aberta.
O trabalho de Nicoletti e Albertoni (1993) permitiu comprovar que o exame físico é um importante recurso para o diagnóstico das alterações que ocorrem no espaço subacromial, sendo confiável, principalmente quando seus resultados são positivos.
Se não feitos de maneira adequada os testes ortopédicos para lesões perdem muito em confiabilidade, sendo assim necessários exames complementares, que por sua vez podem ser dispendiosos e que por vezes não estão acessíveis a população.
A ressonância nuclear magnética e a ultrassonografia se mostraram métodos confiáveis apresentando elevada acurácia no diagnóstico das lesões do manguito rotador (EL-KOUBA ET AL, 2010).
No estudo de Guimarães (1995), sobre a avaliação do tratamento conservador do pinçamento subacromial e das lesões de manguito rotador, encontraram-se 80,1% de excelentes e bons resultados ao final de um ano de tratamento e 75%, em dois anos, no grupo sem ruptura do manguito rotador. No grupo com ruptura do manguito rotador, foram 42,9% e 21,5% ao final
de um e dois anos, respectivamente. A falta de adesão ao tratamento nas fases de exercícios e manutenção podem ser responsáveis pelo baixo índice de resultados satisfatórios no grupo I e no grupo II. Neste último grupo, deve-se levar em conta o pior prognóstico da lesão. O abandono do tratamento parece ser problema comum em nosso meio, independente da origem do paciente.
O que realmente ocorre e é visto em clinicas e centros de reabilitação, os pacientes ao melhorarem um pouco sua patologia abandonam o tratamento sem ter a alta fisioterapeutica. Baseados nos dados obtidos em seu trabalho, Guimarães (1995) tem receio de, no futuro, indicarmos mais cirurgias que o necessário, porque percebemos que a adesão ao tratamento no início é satisfatória, o que em tese seria suficiente para recolocar o paciente em suas atividades habituais, com prognóstico a longo prazo melhor, porque tais reconstruções não se degeneram habitualmente com o tempo.
Os riscos e benefícios do tratamento cirúrgico e não-cirúrgico devem ser considerados e
discutidos com o paciente. O tratamento conservador oferece a vantagem de evitar a cirurgia e as suas complicações inerentes (infecção, lesões nervosas e do deltóide). Suas desvantagens: possibilidade de recorrência dos sintomas e, mais importante, o agravamento da lesão e alterações degenerativas crônicas (atrofia, degeneração gordurosa e retração dos tendões) que poderiam complicar um eventual tratamento cirúrgico futuro e influenciar negativamente na qualidade de seu resultado final. O tratamento cirúrgico oferece a possibilidade de alívio da dor e, possivelmente, a prevenção de alterações crônicas (ANDRADE ET al, 2004).
6. Conclusão
Como conclusão, os dados presentes neste artigo confirmaram que o tratamento conservador pode melhorar significativamente o quadro algico bem como inflamações e edemas, ajudando tambem no ganho de flexibilidade, afetando positivamente o desempenho desde pessoas as ditas normais ate atletas.
O tratamento após lesão de ombro ou cirúrgia deve ser baseado em medidas antalgicas e antinflamátorias primariamente.
Deve ser feita uma anamnese detalhada para saber qual a real etiologia da patologia, como vimos nos estudos aqui apresentados é muitifatorial a etiologia das lesões de manguito rotador nos individuos.
Referências
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